Resumo: | O objeto de estudo é o particípio presente. O particípio é ensinado nas escolas e faculdades como uma forma nominal do verbo, sendo apresentado como “particípio passado”, mas não se vê as formas do futuro e presente como “formas nominais do verbo” de gramáticas e livros de morfologia. Se o particípio presente “não existe” em português, não haveria razão nem de classificarmos o que é ensinado como “passado”. O objetivo do artigo é mostrar em que se transformou essa forma do particípio presente latino no português. O método utilizado na análise é o descritivo-analítico, motivado pela tentativa de identificação do motivo de esse particípio não ser mais usado no português e de identificação do tipo de palavra que ele originou. Por ter essa finalidade, há uma revisão sobre morfologia, uma introdução ao particípio presente no latim e uma análise das obras, e, dessa forma, com base em gramáticas, livros de morfologia e artigos sobre o latim, a pesquisa se dá observando se o particípio presente é abordado em gramáticas e livros de morfologia, e, caso seja, em que capítulo do livro ele aparece. Ainda, há uma análise das estruturas originadas dele quanto à composicionalidade, que consiste, basicamente, em analisar se essas estruturas têm uma base ou não (sendo apenas parte da palavra), e qual o tipo de base mais produtivo para essa recategorização. Pode-se então perceber que o conhecido como particípio presente originou alguns vocábulos terminados em –nte no português. Entretanto, nem todos com essa terminação são criados a partir desse particípio latino. Das palavras que se originam do particípio presente latino, os vocábulos do português em –nte, quase todos são adjetivos e substantivos, em sua maioria de base verbal. |