Um estudo etnográfico sobre a subcultura de consumo do skate longboard e seu sistema de valores

Abstract

A “grande transformação” do ocidente no século XX não restringiu-se somente à revolução industrial. A “revolução do consumo”, fenômeno contemporâneo à revolução industrial, foi um dos marcos da formação da sociedade atual (SLATER, 2002). Existe um consenso entre os principais teóricos de que a sociedade ocidental vive uma cultura de consumo, na qual consumo e cultura interagem de forma intensa. Na sociedade de consumo destaca-se o surgimento das subculturas de consumo, grupos de indivíduos que se auto-selecionam com base em um comprometimento compartilhado a uma classe particular de produto, marca ou atividade de consumo. O presente estudo tem por objetivo analisar a subcultura de consumo do skate longboard, tendo em vista que Brasília é uma cidade referência para este esporte. Este trabalho apresenta natureza qualitativa e sua pesquisa foi feita através da etnografia, metodologia oriunda da antropologia. O principal procedimento de coleta de dados foi a observação participante, mas também foram utilizadas entrevistas em profundidade, registros fotográficos e análise documental com o intuito de complementar o que foi observado. Os resultados, interpretados por meio da análise de conteúdo, caracterizaram as linguagens, rotinas, rituais, modo de expressão, hierarquia dos membros e o sistema de valor da subcultura de consumo do skate longboard. O estudo também mostrou a influência dos sistema de valores nas características que definem a subcultura do longboard.