Resumo: | Apesar da existência de diversas teorias sobre estrutura de capital, ainda não existe teoria pacificada sobre como as empresas deveriam se financiar. As teorias existentes são conflitantes e, portanto, o estudo sobre o assunto passa a ser uma questão eminentemente empírica, que permite entender as opções observadas de empresas acerca do financiamento de seus ativos. O presente estudo se propõe a investigar os determinantes da estrutura de capital de 186 empresas brasileiras com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, no período de 2010 a 2013. Tomando como base a literatura da área, a partir de dois indicadores de nível de endividamento (contábil e a valor de mercado) e de seis determinantes de estrutura de capital apontados pelas teorias (rentabilidade, risco, tamanho, tangibilidade de ativos, oportunidades de crescimento e setores industriais), foi realizada uma regressão linear múltipla com dados em painel, de maneira a verificar a significância estatística desses atributos, bem como a relação entre estes e o nível de endividamento da empresa. A pesquisa utilizou dados contábeis extraídos das demonstrações financeiras das empresas, além de dados de mercado. As variáveis rentabilidade, risco e oportunidades de crescimento se mostraram significantes, com relação negativa com o endividamento. A variável tamanho também se mostrou significante, porém, com relação positiva com a alavancagem financeira. Essas relações encontradas são iguais àquelas hipóteses formuladas com base, principalmente, nas teorias do Pecking Order, Static Tradeoff, Assimetria Informacional e Custos de Agência. A variável tangibilidade de ativos não se mostrou significante. A regressão mostrou ainda que alguns setores industriais possuem relação com o endividamento. Esses resultados também estão em linha com os observados nos diversos estudos similares realizados no Brasil. |